Marcos Antônio Correntino da Cunha
Publicado: 26/06/2024 - Fonte: O PopularEm relação ao período chuvoso, entramos na recessão, onde se verifica um baixo volume ou escassez de água nos mananciais e reservatórios de hidrelétricas, de abastecimento humano e de irrigação. É importante salientar que a escassez e o baixo nível dos mananciais são nocivos e preocupantes para as populações urbanas e rurais como também para a biota aquática que é composta de microrganismos, répteis, peixes e outros organismos. Existe peixe que só sobrevive acima de uma altura mínima de uma lâmina de água.
Goiás já está em alerta com todas as suas bacias hidrográficas, principalmente a do Rio Meia Ponte. Poderá faltar água. Não é somente a diminuição de chuva que está causando a escassez hídrica, mas também, a impermeabilização, o mau uso e a não conservação do solo.
O nosso grande reservatório, não só de água, como também de nutrientes para os seres vivos, é o solo. O homem e as plantas recebem por meio do solo os minerais essenciais para obter uma boa saúde. A deficiência de alguns minerais no corpo humano causa várias enfermidades.
Quando temos solos permeáveis e protegidos, o ciclo da água constituído de chuva, evaporação, infiltração, armazenamento e escoamento torna-se mais longo. Se a água não consegue se infiltrar no solo ela volta rápido para o mar, e, em consequência, provoca períodos de secas mais prolongadas, diminuição do volume de água dos córregos, rios e reservatórios, além de estimular as erosões, acarretando perdas de solos.
A infiltração da água no solo é importante no ciclo hidrológico, pois é responsável pela recarga dos aquíferos e reposição das águas do lençol freático, além de influenciar no escoamento superficial, como no caso das inundações e nos processos de erosão hídrica que ocorreram recentemente no Rio Grande do Sul e poderão ocorrer pior, pois sempre a maior enchente ainda está para acontecer. Em 1941 houve uma grande e neste ano aconteceu outra maior.
No Cerrado, os solos são muito suscetíveis à erosão após a retirada da vegetação; e isso contribui para o carreamento de sedimentos para os cursos de água, influenciando na redução da vida útil dos reservatórios. A usina de Itaipu, no Rio Paraná, recebe por ano na ordem de 47,34 milhões de toneladas de sedimentos, segundo informação publicada nos anais do II Simpósio Nacional de Recuperação de Áreas Degradadas, em 1994.
Esse volume anual representa a descarga de uma caçamba de solo no reservatório a cada 4,5 segundos. Parte desse solo é proveniente das bacias hidrográficas dos rios Meia Ponte, dos Bois e Corumbá, entre outros. Os solos mal cuidados poderão acelerar a desertificação em várias regiões do Brasil.
A nossa vida saudável e sem grandes riscos de inundações depende muito do uso do solo e da água. Em condições naturais o solo bem protegido e limpo onde facilmente penetra água e circula ar é ideal para o escoamento, conservação de nascentes e produção de plantas sem pragas.
Marcos Antônio Correntino da Cunha, engenheiro eletricista especialista em Hidrologia e Recursos Hídricos
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