Profissionais foram ao local para levantar dados e apontar possíveis soluções para os alagamentos da região
Publicado: 04/07/2024 - Fonte: Coordenação de Publicidade e ImprensaProfissionais que integram o Grupo de Trabalho de Drenagem Urbana do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO) realizaram, nesta quinta-feira (04/07), uma visita de campo à Vila Roriz, na região Norte de Goiânia. O bairro construído às margens do rio Meia Ponte é uma das áreas consideradas de risco de alagamento pela Defesa Civil da Capital. Historicamente os moradores da região sofrem com as inundações no período chuvoso. O tema vem sendo discutido no GT de Drenagem da Autarquia e a visitação in loco teve como objetivo discutir possíveis soluções para o problema. “O respeito ao conhecimento técnico dos nossos profissionais é imprescindível para a segurança da sociedade. É por isso que criamos este GT e temos constantemente enviado nossos posicionamentos ao poder público” afirmou o presidente do Crea-GO, engenheiro Lamartine Moreira.
“Qualquer chuva acima de 30 milímetros já inunda aqui. O que a gente vê é que quando o rio sobe um pouco a rede pluvial começa a retornar. Então a água que vem da área mais alta não tem como chegar na boca de lobo e descer pelo rio porque ela está retornando. A gente está procurando uma solução para isso”, explicou o assessor institucional do Crea-GO e membro do GT de Drenagem, Antonio de Pádua.
A visita foi acompanhada pelo professor e pesquisador Kléber Formiga, coordenador do Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia (PDDU-Gyn) e também integrante convidado do GT do Crea-GO. Segundo ele, a melhoria da situação da Vila Roriz não tem uma solução única, mas depende de um somatório de iniciativas. “É uma situação complexa porque é uma área que foi feita dentro de um ponto de alagamento natural do rio. O maior problema não é o escoamento gerado aqui pelo local, mas o escoamento que chega pelo rio. Para isso foram feitas algumas estruturas tipo dique para evitar que a água chegue ao local. O problema é que o dique foi feito de certo modo precário porque ele evita que a água chegue, mas a água que fica armazenada não consegue sair e gera uma inundação”, explicou Formiga.
Ainda de acordo com o coordenador do PDDU-Gyn, entre as soluções que precisam ser melhor planejadas para melhorar a situação da Vila Roriz estão três pilares. “É preciso evitar que a água chegue até o local. As casas precisam ter melhores estruturas de infiltração e permeabilidade para reter a água da chuva dentro dos lotes e ter um sistema que tire a água de dentro da região alagada que pode ser por bombeamento”, projetou Kléber.
A visita foi acompanhada pela Defesa Civil do município, que também tem cadeira no GT de Drenagem do Crea-GO e vem acompanhando as discussões sobre o tema. Segundo o coordenador geral da Defesa Civil de Goiânia, Robledo Mendonça, uma das soluções para retardar o aumento do volume de água na região durante a chuva seria a construção de poços de recarga ou infiltração nas residências do bairro. “O que se ganha nesse processo é tempo para que o morador tenha segurança e possa deixar a residência se necessário. O poço de recarga segura a água da chuva na casa por um período, com isso atrasa o encontro dessa água com a água do Meio Ponte”, explica o coordenador.
Além do levantamento in loco às margens do Meia Ponte, os representantes do GT de Drenagem também conversaram com moradores do bairro. Entre eles, a empreendedora Vanessa Figueiredo, que reside na Vila Roriz há quase três décadas. “Eu moro aqui há mais de 27 anos e sempre teve alagamento aqui. A minha pergunta é: porque acontece isso e porque não tem solução?”, perguntou a moradora.
Questionamentos como o de Vanessa somados aos dados coletados com a visita in loco serão discutidos na próxima reunião do GT de Drenagem do Crea-GO. Participaram também do dia de campo as conselheiras e engenheiras Marisa Pignataro e Juliana Matos e o conselheiro suplente José Carlos Carneiro.
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