Eng. Civil Antonio de Padua Teixeira
Publicado: 12/01/2021 - Fonte:Estão abertas as manifestações a serem debatidas na Audiência Pública que se realizará no dia 3 de fevereiro para discutir a prorrogação da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). Suas linhas, que aqui na região atendem Goiás e o Distrito Federal, estendem-se também por Minas Gerais, Bahia e São Paulo. São quase oito mil quilômetros.
Participei de uma reunião no final de 2017, na Associação Comercial e Industrial de Anápolis – ACIA, onde foi discutido o abandono do transporte de contêineres pela ferrovia. Depois desta foram promovidas outras reuniões com a VLi, operadora do transporte, todas com a participação da então senadora Lúcia Vânia, sendo uma das reuniões no Crea. Desde então, já escrevi n’O Popular algumas vezes sobre minha sensação de que a ferrovia estava sendo abandonada em Goiás. E, mesmo que sempre tenha manifestado sua intenção de fazer o transporte de contêineres, ele só foi retomado pela ferrovia em 2020.
Agora, o Anexo 1 da Minuta do Termo Aditivo para a prorrogação do contrato de concessão, publicado em dezembro, traz o Caderno de Obrigações descrevendo o que a concessionária pretende fazer. Para o Corredor Centro-Sudeste, entre Paulínia (SP) e Araguari (MG), para os próximos três anos estão previstos investimentos em alguns pátios de cruzamento e na modernização da via permanente entre Paulínia e Uberaba. Haverá também investimentos nos Sistemas Ferroviários para melhorar a comunicação e a transmissão de dados para garantir maior segurança da operação ferroviária. Para o Corredor Centro-Leste, estão previstos investimentos apenas nos Sistemas Ferroviários entre Contagem e Araguari, ambas em Minas Gerais, sem melhorias na via permanente. Não há investimentos previstos para a ferrovia em Goiás.
O descaso com o trecho goiano da ferrovia não acontece por falta de cargas. Levantamento realizado a partir de dados do transporte ferroviário no Brasil até novembro de 2020, disponíveis no site da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mostra uma movimentação de contêineres com origem ou destino em Rondonópolis 40 vezes maior que o mesmo tipo de carga com origem ou destino na região de Goiânia/Anápolis/Brasília, que conta com uma população 10 vezes maior. Nenhum contêiner chegou ou saiu de Goiânia ou Brasília.
Os Municípios goianos da Região da Estrada de Ferro formaram um consórcio turístico com a intenção de colocar em funcionamento um trem de passageiros. Para que ele funcione, além de vagões e locomotivas adequadas, a recuperação da linha é fundamental e deveria estar prevista na prorrogação da concessão. O que parece que está acontecendo, no entanto, é que a concessionária, que já tem mais de oitenta por cento de ociosidade em suas linhas, não quer saber de nossas cargas e muito menos do trem de passageiros. Sem os investimentos necessários a antiga Estrada de Ferro Goiás vai acabar.
Eng. Civil Antonio de Padua Teixeira
Assessor Institucional do Crea-GO
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