Eng. Civil Antonio de Padua Teixeira
Publicado: 20/11/2020 - Fonte:A Câmara Municipal está discutindo o novo Plano Diretor de Goiânia. Esta discussão está sendo tratada em seis subcomissões coordenadas pelo vereador Lucas Kitão, presidente da Comissão Mista, conforme a separação em eixos temáticos proposta no Projeto de Lei Complementar 023/2019. Um comentário da arquiteta Fernanda Mendonça, membro do corpo técnico do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico do Centro-Oeste (ITCO) que analisou o referido Projeto de Lei, provoca observações interessantes relacionadas ao modo de transporte.
Uma das diretrizes propostas no artigo 21 para a implementação da mobilidade em Goiânia, o inciso IX estabelece a “universalização do serviço de transporte público coletivo nos deslocamentos urbanos, considerando as necessidades específicas dos diversos segmentos da população e dos bairros da cidade”. Parece que a proposta significa que o transporte público será gratuito. Não é má ideia.
Existem cidades no mundo em que a população não paga nada para utilizar o transporte coletivo. Tallinn, na Estônia, é uma delas, mas existem outras nos Estados Unidos e na Europa. O benefício maior, além deste que é direto no bolso do cidadão, é a melhora substancial na qualidade do ar. Além da gratuidade geral para os moradores o estacionamento na rua custa seis euros por hora, o que contribui para bancar o sistema. Além da Estônia, que está estendendo o transporte gratuito para todo o país, em Luxemburgo o principado já conta com este benefício. Em Dunquerque, na França, que também adotou o sistema, 5% dos proprietários venderam seus carros. Segundo o jornal The New York Times há cem cidades no mundo onde o transporte público é gratuito. No Brasil destaca-se Maricá, no estado do Rio de Janeiro, cidade com 160 mil habitantes que utiliza o sistema desde 2015.
O presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivos (CMTC), Benjamin Kennedy vem procurando, sem sucesso, viabilizar novas fontes de receitas para o transporte na Região Metropolitana de Goiânia que possam pelo menos compensar o custo das gratuidades, tendo já sugerido que elas podem ser cobertas com uma parcela do DPVAT ou com o estacionamento pago em uma região ampliada do Centro e de Campinas, entre outras fontes.
Exemplos semelhantes vêm de outras metrópoles mundiais, em que o acesso dos veículos ao centro da cidade é pago. A ideia do engenheiro Benjamin Kennedy não é original e funciona. Agora, aprovada esta proposta do Plano Diretor, falta muito pouco para que possamos vender os carros, ir direto ao ponto e circular tranquilamente por aí.
Eng. Civil Antonio de Padua Teixeira
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