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Um País desigual

Eng. Civil Antonio de Padua Teixeira

Publicado: 14/03/2020 - Fonte:




A desigualdade econômica e social no Brasil é imensa e a situação não nos permite vislumbrar uma solução, ou pelo menos uma mudança significativa no curto prazo. O sofrimento humano é muito grande.

Tenho visto muitas mensagens comentando a disparidade entre o funcionalismo do poder público e da iniciativa privada, expressando o sentimento de grande parte da população.

A economista Ana Paula Abrão Costa, por exemplo, em artigo aqui no Popular, comentou a deterioração do serviço público e da imagem dos servidores. Algumas causas apontadas são as promoções e progressões de carreira automáticas, salários iniciais elevados, falta de regulamentação da demissão por baixo desempenho, reservas de mercado e isonomias.

São bastante conhecidos os benefícios para os ocupantes de cargos públicos, como os altos valores do auxílios para alimentação, moradia e saúde, desnecessários e vergonhosamente superiores às “merrecas” recebidas pela população mais carente para as mesmas finalidades. O serviço público virou um fim em si mesmo, e seu custo deixa sobrar muito pouco para aplicar nas políticas públicas.

Um vídeo divulgado recentemente mostra discurso do deputado federal Pedro Cunha Lima, da Paraíba comentando o pagamento de auxílio mudança para deputados reeleitos, o fato de o Palácio do Planalto ter dez vezes mais funcionários que a Casa Branca, e ainda servidores com altos salários recebendo auxílio-creche em um país onde mais de 30% das crianças mais pobres não têm acesso às creches. Ele quer discutir a reforma dos privilégios e propõe uma emenda constitucional para acabar com qualquer tipo de auxílio para quem recebe mais de dez mil reais.

Recebi um vídeo produzido pela Embraer em 2017, agora editado anonimamente, trazendo comentários sobre a situação atual, querendo dar a impressão de que as críticas são da Embraer. Não são, mas são verdadeiras e já passaram a fazer parte do senso comum. Juros mais altos do mundo, pedágios mais caros do mundo, automóveis mais caros do mundo, combustível mais caro do mundo, energia mais cara do mundo, políticos mais caros e corruptos do mundo, país onde mais se mata policiais, alto nível de desemprego, e a pergunta que faz é “Que futuro desejamos para nossos filhos e netos?”

Outro vídeo está circulando como se fosse uma crítica do Chefe da Casa Civil, Walter Braga Neto, a uma decisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal que proibiu a investigação de ministros do Supremo e seus parentes. A identificação do ministro é falsa, mas as críticas são pertinentes e mostram outra face da desigualdade.

Adequada a este contexto, uma frase de Martin Luther King: “Quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele”.

 

Eng. Civil Antonio de Padua Teixeira

Assessor Institucional do Crea-GO