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Seinfra deve entregar em 30 dias a nova ponte Acary Passos, no Vale do Araguaia, em Goiânia

INFRAESTRUTURA: Para substituir a estrutura avariada por uma chuva forte em fevereiro deste ano, a administração municipal construiu um bueiro celular

Publicado: 22/09/2022 - Fonte: Jornal O Popular


Reconstrução de ponte na Avenida Acary Passos, no Residencial Vale do Araguaia: atraso incomoda (Foto: Diomicio Gomes)


A Prefeitura de Goiânia deve concluir em 30 dias a nova travessia da Avenida Acary Passos, no Residencial Vale do Araguaia, região Leste da capital. O bueiro celular, em construção sobre o Córrego Água Branca para substituir a ponte que não suportou as chuvas torrenciais de fevereiro deste ano, seria entregue no fim de agosto, mas sofreu atraso em razão da cura das estruturas de concreto fabricadas uma empresa terceirizada. Antes de ser avariada, a obra de arte ocupava o segundo lugar no relatório de risco elaborado pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Estado de Goiás (Crea-GO), pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) e pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Estado de Goiás (Ibape-GO).
Após o colapso da ponte, provocado por um temporal, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) decidiu fazer uma análise detalhada da estrutura. A opção pelo bueiro celular de 3 x 3 metros, de acordo com o titular da pasta, Everton Schmaltz, se deu por três razões: economia, segurança e facilidade de execução. As 21 peças pré-moldadas de concreto que formam o bueiro foram fabricadas por uma empresa de Goiânia que venceu processo licitatório, mas o tempo de cura demorou mais do que o esperado, por isso o atraso na entrega da obra. Em junho a Seinfra construiu um desvio na via lateral da Avenida Acary Passos para atender os moradores da região.
“Houve um atraso, mas as peças já estão todas instaladas e o ritmo da obra voltou ao normal. Nossa expectativa é de que, dentro de, no máximo, 25 a 30 dias, ela esteja completamente construída. A parte de aterro está em fase de finalização, com até 1,5 metro em alguns pontos. Concluída esta etapa faremos a pavimentação e a mureta de proteção”, explica Everton Schmaltz. Segundo ele, a aproximação do período chuvoso não preocupa porque a parte por onde a água corre está praticamente concluída. “Se chover agora não teremos problemas.” Ana Paula Rodrigues, que mora bem perto, na Rua Maria Gabriela de Jesus, teme que haja mais atrasos. “Desde que começou esta obra, minha casa não fica limpa. Com a proximidade das chuvas, pode demorar ainda mais”.
No fim de maio deste ano, a Seinfra liberou para o tráfego a ponte da Avenida das Pirâmides, a menos de 1 km dali, no Jardim Califórnia, que também foi avariada por uma forte chuva no fim de 2020. Com as cabeceiras danificadas, ela chegou a ser interditada, mas foi reaberta e novamente fechada em fevereiro de 2021 depois que o Crea-GO enviou ofício à administração municipal alertando para os “graves danos”. A ponte de duas faixas, com 12 metros de extensão, ocupava o terceiro lugar entre as 68 obras de arte da capital em pior condição, conforme o relatório do Crea/PUC/Ibape de 2019. No local, onde a chuva danificou as cabeceiras, a pasta reforçou a estrutura e fez um alargamento do rio.
Embora estudos mostrem que o Córrego Água Branca, um dos principais afluentes do Rio Meia Ponte, seja muito assoreado, o titular da Seinfra explica que a obra não contribuiu para o crescimento das erosões presentes no manancial. “Um pouco abaixo, na ponte da Avenida Pirâmides, fizemos um bom trabalho, o que ajuda a conter as erosões. Estamos mantendo o curso do córrego também como uma forma de proteção.” Everton Schmaltz explica que, como a intervenção foi realizada no período de estiagem, não houve transbordamento, o que poderia ter influenciado no processo erosivo.

Piorou o cenário das pontes e viadutos da capital 
Há mais de dez anos especialistas do Crea, da PUC-GO e do Ibape-GO vistoriam Obras de Arte Especiais (OAE’s) de Goiânia. No relatório de 2019, amplamente divulgado, foram identificadas 230 ocorrências de manifestações patológicas nas 68 OAE’s vistoriadas - pontes e viadutos. Um dos responsáveis, o engenheiro civil Ricardo Barbosa explica que o trabalho tem por objetivo evitar danos mais graves e garantir uma vida útil maior às OAE’S. As atualizações anuais são encaminhadas ao Ministério Público, à Prefeitura de Goiânia, à Assembleia Legislativa e à Câmara Municipal. “São órgãos que podem auxiliar na cobrança de ações preventivas”, explica o engenheiro.
As três OAE’s em pior condição reveladas pela vistoria de 2019 dos especialistas já sofreram colapso. A primeira, a ponte sob o Córrego Cascavel na Avenida T-63, recebeu reforço estrutural da Seinfra logo que o relatório foi divulgado. As outras duas, sob o Córrego Água Branca, precisaram de interdição. Ricardo Barbosa ressalta que o objetivo do estudo “não é colocar a faca no pescoço de ninguém”, mas garantir a segurança da sociedade e evitar que ela pague duas vezes por uma obra, cujos problemas podem ser solucionados por medidas preventivas. Ele cita, por exemplo, o caso das placas que revestiam o viaduto da T-63 atingidas este ano por um incêndio provocado por uma pessoa em situação de rua. “Já tínhamos alertado para a necessidade de retirada delas.” 
Ricardo Barbosa afirma que a situação piorou desde 2019. O relatório de 2022 que os técnicos do Crea-GO/PUC-GO/Ibape-GO vão apresentar na primeira quinzena de novembro, irá mostrar que há problemas em mais de cem OAE’s. Os estudos ainda estão em andamento, conforme o engenheiro civil. O titular da Seinfra, Everton Schmaltz, está ciente deste cenário. A pasta criou um programa específico para a execução de projetos que visam a recuperação das OAE’s. “Já estamos acompanhando de perto 12 pontes. O nosso programa, já com dotação orçamentária, será desencadeado em março ou abril do próximo ano. Recentemente respondemos a uma solicitação do Ministério Público, fizemos uma revisão dos locais e criamos um relatório da própria Seinfra.”

Defesa Civil faz prevenção
Com a aproximação do período chuvoso, a Defesa Civil de Goiânia realiza ações preventivas em áreas consideradas de maior risco na capital. Nesta quarta-feira (21), o coordenador executivo do órgão, Robledo Mendonça, estava com a equipe no Jardim Novo Mundo, uma das três áreas da capital que mais preocupam pela possibilidade de deslizamentos. “Estamos conversando com os moradores e distribuindo panfletos para que eles saibam o que fazer, caso precisem de ajuda em situação de emergência.” Segundo ele, os 20 pontos considerados de maior risco são monitorados durante todo o ano. Além do Novo Mundo, o Parque Tremendão e a Vila Bandeirantes encabeçam a lista. 
A Defesa Civil Municipal atua em caso de desastres ambientais que provocam alagamentos e deslizamentos de terra; danos em edificações, pontes e viadutos e auxilia pessoas desabrigadas em caso de sinistros. Para emergência, o cidadão deve ligar no número 153. Em caso de vistorias, os pedidos devem ser feitos pelo telefone (62) 3524-8109.

Jornal Impresso - O Popular - 22/09/2022
Reportagem: Malu Longo
Editoria: CIDADES
Foto: Diomicio Gomes