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Mercado de trabalho

Tecnologia e engenharia, com foco nas necessidades da indústria, e profissões relacionadas a finanças, saúde e bem-estar são as mais citadas

Publicado: 08/01/2023 - Fonte: O Popular


Foto: Wildes Barbosa


Virada de ano é momento de planejar e dar início à execução de planos, muitos deles no campo profissional. “No mundo do trabalho, é oportunidade de buscar novas posições, carreiras”, observa Amanda Manzi, psicóloga organizacional que trabalha com desenvolvimento de carreiras de pessoas e organizações. Ela avalia que, como a taxa de desemprego vem caindo, 2023 começa com perspectiva positiva quanto à abertura de postos de trabalho, e as carreiras mais promissoras são aquelas que já vêm em ascensão nos últimos anos e vão se manter em alta.

São funções relacionadas às tecnologias, impulsionadas pela experiência vivida durante a pandemia; carreiras na área de finanças, porque cada vez mais o brasileiro se preocupa em ter uma vida financeira saudável e poupar, investir para viver de maneira mais equilibrada com as contas; carreiras relacionadas às áreas de logística, infraestrutura, engenharia no geral, porque o País precisa diminuir déficit de crescimento; carreiras relacionadas à saúde, bem-estar, saúde mental”, elenca a psicóloga organizacional.

As áreas citadas convergem para as que aponta Milton Marinho Nogueira Júnior, presidente da ABRH-GO (Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional de Goiás), diretor do Instituto Avante, mestre em Psicologia do Trabalho, especialista em Remuneração, Desempenho e Desenvolvimento Profissional. “Acompanhando os movimentos de mercado e, especialmente, os novos modelos de negócio, empresas e segmentos, tendo como referência os movimentos mundiais da indústria 4.0 e a sociedade 5.0, percebemos que os avanços mais significativos em profissões são encontrados nos segmentos tecnológicos, de logística, alimentação/nutrição, engenharia elétrica e eletromecânica e processos robotizados (tanto em indústrias quanto na medicina)”, menciona.

Especificamente em Goiás, o presidente da ABRH-GO comenta que o estado é, tradicional e contemporaneamente, conhecido como grande empregador industrial, especialmente pelos polos aqui instalados. “Ainda assim, Goiás se qualifica nacionalmente como referência em especialidades médicas e na construção civil, com oportunidades e mercado para estes segmentos. Eu acrescentaria também os segmentos de serviços, com ênfase em auditoria, contabilidade e planejamento tributário.”

indústria

No caso da indústria, além da crescente demanda por mão de obra qualificada, há o atrativo de melhores salários, conforme destaca Claudemir Bonatto, diretor de Educação e Tecnologia do Sesi/Senai. “Não há um levantamento de determinado setor que remunere melhor que outro, mas o que sabemos é que a indústria remunera entre 20% e 50% melhor do que os demais setores da economia brasileira”, diz.

Um profissional qualificado hoje tem não só uma boa oportunidade de colocação no mercado como também de buscar as vagas que melhor remuneram. Indicadores do Senai apontam que, em média, 85% dos profissionais que fazem os cursos automaticamente já ficam vinculados ao mercado de trabalho na área de competência na qual se formaram, com perspectiva de boa remuneração”, discorre.

É o caso de Marcos Job Dias Lima, 34 anos, que fez o curso análise e desenvolvimento de sistemas na Fatesg, concluído em 2021. Ele fez estágio na Máxima Tech e chegou a ser efetivado, mas hoje trabalha na Americanas S/A. “Atuo nas plataformas da empresa, especificamente, com a parte de desenvolvimento na equipe de precificação.”

Um dos atrativos foi trabalhar em home office. Job conta que a média salarial subiu muito depois de ter feito o curso e que a quantidade de propostas e oportunidades também aumentou bastante, o que abre possibilidade de escolher o perfil de equipe e de empresa ao qual mais se adequa.

O diretor do Sesi/Senai concorda que tendências dos últimos anos, especialmente no pós-pandemia, devem prosseguir em 2023, e também projeta demanda maior pelas profissões ligadas às tecnologias, com ênfase nas tecnologias habilitadoras do conceito de indústria 4.0.

Automação industrial, robotização, internet das coisas, segurança cibernética, inteligência artificial, profissionais com competência e conhecimento nessas áreas são os que mais terão oportunidade no mercado de trabalho.” Aí entra o desafio da qualificação.

Segundo Claudemir, do ponto de vista de nível de formação, as empresas vão demandar tanto profissionais com formação técnica quanto os com graduação nas áreas tecnológica e de engenharia. Lembra que indústrias de todos os ramos de atividades necessitam dessas competências.

Setores de alimentos, construção civil, automóveis, manutenção industrial, como de metal-mecânica, são os que mais vão precisar de profissionais nos próximos anos, segundo o Mapa do Trabalho publicado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) em 2022.

Comércio e serviços

Para o presidente da ABRH-GO, deve seguir acentuada a oferta de vagas na indústria da construção civil e nos polos farmoquímicos e fabris. Mas ele também ressalta que “as empresas dos segmentos de comércio e serviços têm versatilizado muito o modelo remuneratório, criando pacotes de recompensas bastante atrativos e baseados em metas, o que favorece uma aproximação com os ganhos hoje apresentados pela indústria nacional”.

Milton fala ainda de vagas para atividades em home office, “além das ofertas de trabalho que nunca cessam nos segmentos comerciais varejistas e atacadistas, com crescente busca por profissionais de tecnologia e serviços a e-commerce”.

Apagão de mão de obra’ é desafio para empresas

Conciliar a demanda crescente do mercado de trabalho por profissionais qualificados, de um lado, e a busca de vaga por pessoas que precisam de emprego mas não têm qualificação, de outro, tem sido um desafio para empresas que deve persistir em 2023.

Este fenômeno do ‘apagão de mão de obra’ tem sido notado nos feirões de emprego, ao mesmo tempo em que nunca se viu, desde o pós-pandemia, tanta oferta de trabalho represada e atualizada”, afirma Milton Marinho Nogueira Júnior, presidente da ABRH – GO (Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional de Goiás). Segundo ele, para atrair e manter bons profissionais, as empresas precisam estar sempre antenadas com as modernidades ligadas a cargos e carreiras, incluindo as modalidades de trabalho (flexi-work, home office, etc.).

No que diz respeito aos profissionais, Milton destaca que “a busca por mão de obra cada vez mais especializada faz com que as capacitações técnicas, formação superior, pós-graduação e cursos de atualização se tornem uma necessidade ainda mais imponente, além de cursos ligados a competências comportamentais, habilidades socioemocionais e atitudinais que possam permitir uma entrega profissional e pessoal de qualidade”.

Para contar com talentos, as empresas devem oferecer incentivos para que seus colaboradores possam se qualificar, “bem como ter variáveis de atratividade para a busca no mercado de profissionais bem preparados”, atesta também Claudemir Bonatto, diretor de Educação e Tecnologia do Sesi/Senai. No caso específico do Senai, ele informa que está sendo feita toda uma reestruturação dos programas de formação, alinhando o perfil de formação dos alunos aos critérios e necessidades de contratação pelas indústrias neste momento.

Uma das características mais preponderantes nesse processo é a dobradinha das competências técnicas, cognitivas, com as competências socioemocionais, comportamentais. O mercado está demandando profissionais com conhecimento mas que também saibam trabalhar em equipe, tenham o raciocínio lógico, o senso da criatividade, o pensamento sistêmico, a análise sistêmica e a análise crítica, e capacidade de resolução de problemas”, cita.

Outro aspecto relevante para ter êxito na profissão é lembrado por Amanda Manzi, psicóloga organizacional que trabalha com desenvolvimento de carreiras de pessoas e organizações. “Antes de pensar em carreiras promissoras e sair fazendo escolhas com base em vagas que estão em alta, a dica de ouro, a mais importante, é que as pessoas escolham carreiras que têm a ver com o perfil delas, com o que combina com sua essência, seu propósito, seus valores, para que sejam carreiras sustentáveis, para que cada um encontre o sucesso alinhado com quem é a pessoa.

A especialista endossa a constatação de que para equalizar demandas do mercado de trabalho e muitas vezes a baixa qualificação das pessoas, tanto empresas quanto candidatos precisam investir em constante busca de capacitação.

Uma orientação é o uso da tecnologia para se capacitar, com busca de cursos, certificações, qualificações, ampliando o conhecimento a partir do tablet, do celular”, indica ela. “As possibilidades estão à mão quando se tem acesso à internet, com diversas instituições que oferecem cursos à distância (EAD), inclusive cursos gratuitos. Até instituições internacionais renomadas, como Harvard.”

 

Assessoria de Imprensa do Crea-GO
Fonte: O Popular
Fotos: Wildes Barbosa



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