Eng. Contr. Autom. Roger Barcellos– Artigo publicado na revista AHEG - 31/01/2023
Publicado: 31/01/2023 - Fonte:A Medicina é uma das áreas que mais investem em tecnologia e em inovação, os quais resultam em um processo global com mais rapidez, precisão e segurança nos procedimentos médicos. Este cenário ampliou a importância de atentar-se à Engenharia Clínica, especialidade essencial para um funcionamento de excelência de hospitais, clínicas, pronto atendimentos e laboratórios. Com foco nesse ponto, a diretoria da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás – AHEG esteve com a diretoria e engenheiros do CREA-GO a fim de trazer informações precisas e ações que possam ajudar os seus associados. Deste primeiro contato, surgiram vários encaminhamentos, inclusive um documento que está sendo construído em conjunto entre as duas entidades. Mas, o que você sabe sobre Engenharia Clínica? Segundo o engenheiro Roger Barcellos, do CREA-GO, esta é a especialidade que “trata da gestão dos equipamentos em saúde, desde a aquisição do equipamento até o seu descarte”. Nisso, tudoé incluído: “pesquisa, levantamento, informações técnicas, estudo da necessidade em relação ao hospital ou clínica, capacidade, local de instalação, treinamento do pessoal, capacitação, inventário, manutenções preditivas, preventivas e corretivas até o descarte e a engenharia reversa desse equipamento”, explica.
A função é tão fundamental que foi recomendada pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária por meio da resolução nº2 de 2010, que fala da necessidade de todos os centros de saúde terem em sua equipe um profissional de nível superior responsável pela gestão de tecnologias, sendo o mais indicado o especializado em Engenharia Clínica. “Dentro destas atividades da gestão tem muitas que não precisam ser feitas pelo engenheiro, claro, como a compra de um equipamento, por exemplo. Hoje em dia é comum nos hospitais o próprio administrador ou dono fazer essa aquisição. Mas o que percebemos é que o engenheiro clínico, capacitado e habilitado para estas atividades, faz com maestria, com mais qualidade, segurança e economia”, diz Barcellos.
Em outras palavras, podemos dizer que a Engenharia Clínica permite otimizar os recursos financeiros, facilita os processos e reduz as chances de erros. “É muito claro para os hospitais que implantam a Engenharia Clínica que não é um custo, é um investimento porque esses estabelecimentos têm retorno disso”, informa o especialista.
Implementação de tecnologia com mais segurança
A segurança em relação às tecnologias deve ser primordial. Afinal, elas lidam diretamente com pessoas. Nos Estados Unidos, a Engenharia Clínica passou a ser tida como essencial após divulgação de uma notícia, no início dos anos 1970, pela Harvard Medical School, de que cerca de 1200 pessoas morriam anualmente em decorrência de choques elétricos oriundos de equipamentos médicos. Com isso, estabelecimentos de saúde passaram a contar com estes profissionais para implementar soluções seguras de novas tecnologias, garantindo a supervisão da manutenção dos equipamentos e o seu uso apropriado.
Rastreamento de informações e automação
Para avaliar se um equipamento deve ser desativado e o porquê disso é um bom exemplo de como a Engenharia Clínica pode significar qualidade, economia e segurança. Por meio de rastreamento de dados é possível saber as razões que levam a isso. Pode ser devido a um aumento de custo na manutenção ou por causa da redução de confiabilidade ou, ainda, pela disponibilidade no mercado de tecnologias mais efetivas. Além do mais, é importante ressaltar que, segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS até 40% dos
gastos em instituições de saúde são causadas por desperdício, oriundos da falta de dados sobre os processos, os quais acabam impedindo a instauração de medidas preventivas e corretivas.
Logística
O treinamento adequado das equipes, assim como o planejamento da disponibilidade de equipamentos, o dimensionamento das reservas técnicas e os planos de contingência são funções do engenheiro clínico. Essa gestão é imprescindível para o total controle de leitos, melhorando efetivamente a logística dos mesmos. Desta forma, os serviços dos hospitais e clínicas são otimizados,se tornam mais efetivos e proporcionam maior qualidade.
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