Eng. Eletricista Especialista em hidrologia e recursos hídricos, Marcos Antônio Correntino – Artigo publicado no O Popular - 17/03/2023
Publicado: 17/03/2023 - Fonte: O PopularAtualmente, em relação às questões ambientais, fala-se muito sobre desmatamento e Floresta Amazônica. Porém, é importante que as discussões ambientais despertem nos governantes e na sociedade a necessidade de abolir o pensamento cartesiano, ou seja, visão fragmentada do mundo, e enxergar o meio ambiente, assim como as soluções para o mesmo, com uma visão holística, considerando os valores éticos, sociais, culturais e econômicos.
O desmatamento e a degradação da Amazônia são preocupantes e merecem atenção, mas também, tão importante ou talvez mais, seja o meio ambiente urbano, onde se insere o saneamento básico, compreendendo: abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais e drenagem urbana.
No Brasil, as internações hospitalares por doenças de veiculação hídrica por falta de saneamento básico sobrecarregam o sistema de saúde. Em várias regiões ocorre uma grande quantidade de internações em decorrência de doenças por veiculação hídrica que podem ser contagiosas pelo contato com a pele, ingestão de água e esgotamento sanitário.
Segundo informação do Instituto Trata Brasil, no ano de 2019, houve 2.734 mortes devido à falta de acesso a água tratada e ao esgotamento sanitário. O instituto informou também que em 2019 somente 49% dos esgotos no país eram tratados.
Com o objetivo de proteger, combater o desmatamento e monitorar a Floresta Amazônica, existem recursos internacionais que são investidos na região, podendo citar doações da Noruega e da Alemanha. Esses recursos deveriam vir também para o meio ambiente urbano.
Temos que debater e tomar medidas de políticas públicas ambientais sobre tratamento de esgotos, dos lixões nos municípios, dos sistemas de drenagens e dos rejeitos das mineradoras.
É necessário definir um projeto ambiental para a Amazônia aliado ao meio ambiente e à sustentabilidade. Nesse casso, tem que saber usar o máximo dos recursos naturais reduzindo os impactos ambientais. A questão do Pantanal e do Cerrado deve ter também política ambiental específica, visando ao crescimento econômico sustentável dessas regiões. Deve-se definir uma condição ideal levando em consideração as atividades de plantar e/ou criar gado.
Enfim, a política ambiental no Brasil não deve se restringir somente à Floresta Amazônica e ao desmatamento, mas se preocupar também com outros biomas, e em especial com o meio ambiente urbano.
Assessoria de Imprensa do Crea-GO
Fonte: O Popular
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