Free cookie consent management tool by TermsFeed Policy Generator

Estamos online!

menu

Painel “Segurança em Barragens” aponta para necessidade de lei específica na área

Segurança em Barragens foi o tema de um dos painéis do último dia (19/9) da 76ª Soea, em Palmas (TO).

Publicado: 20/09/2019 - Fonte: Comunicação Crea-GO


Ricardo Ferreira inicia suas considerações apresentando como case as ações e metodologias do GT Segurança em Barragens do Crea-GO


Segurança em Barragens foi o tema de um dos painéis do último dia (19/9) da 76ª Soea, em Palmas (TO). As explanações foram do Eng. Civ. José Marques Filho, professor da UFPR e ex-diretor de desenvolvimento de negócios da Copel e do Eng. Civ. Ricardo Barbosa Ferreira, conselheiro e coordenador do GT Segurança em Barragens do Crea-GO e membro do Grupo de Trabalho Barragens do Confea.

Ricardo Ferreira iniciou suas considerações apresentando como case as ações e metodologias do GT Segurança em Barragens do Crea-GO, que tem entre as diretrizes, levar a discussão do tema para todo o país. Entre os principais aspectos, destacou a necessidade de mudança na legislação, cujo foco está nas ações punitivas pós-rupturas e não na fiscalização e manutenção preventiva.

Disse ainda que a gestão e planejamento de segurança em barragens passa, antes de tudo, pelo diagnóstico real da situação das barragens em todo o país, considerando quantidade, tipo, local, tamanho, vida útil e patologias. Segundo o engenheiro, há cerca de 30 mil barragens no país. Destas apenas 4.510 estão cadastradas, em torno de 18%. “Como se faz análise de riscos de algo que não se conhece?”, questionou. Entre as barragens cadastradas, 723 estão em Categoria de Risco (CRI) e Dano de Potencial Associado (DPA).

Uma parceria entre o estado e o Crea-GO levou à criação da Portaria nº 146/2019, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Semad), que estabelece as normas e procedimentos aplicáveis à segurança de barragens em Goiás. O documento prevê o cadastramento e classificação de todas as barragens, revisão dos licenciamentos ambientais, definição das normas de fiscalização, impulsionando ainda a inserção de profissionais, além de maior poder de fiscalização pelo poder público e pelo Conselho. “Precisamos conhecer, fiscalizar e colocar nossos engenheiros para fazer o seu trabalho”, concluiu.

Na sequência, o especialista Eng. Civ. José Marques Filho citou fatores como o crescimento populacional nas grandes metrópoles, a crise em investimentos em infraestrutura nas últimas décadas e a diminuição das cargas horários dos cursos de engenharia civil com a retirada de algumas disciplinas essenciais dos currículos, entre elas, a de barragens, para o contexto atual.

Segundo ele, o crescimento da população, gerando cada vez mais demanda por água e energia, as mudanças climáticas e o desejo de melhoria da qualidade de vida das pessoas, levam a uma demanda cada vez maior de barragens. “Da mesma forma precisamos cuidar cada vez melhor destas barragens, desde sua concepção até o final da sua vida útil”, afirmou.

José Marques alerta para a complexidade do assunto, tendo em vista que o engenheiro de segurança em barragens precisa em torno de 15 anos de experiência para operar nesta área e aponta para um déficit de profissionais. “Em grande parte porque as universidades não possuem mais este assunto nos currículos dos cursos. O Sistema Confea/Crea está muito mais atento e cuidadoso com a temática do que o MEC”, enfatizou.

Do ponto de vista técnico, ressaltou a necessidade de revisar as normas sobre como fazer barragens com durabilidade e sobre como mantê-las, apontando o conceito de “perenidade e eternização das barragens”. Disse que o país precisa passar por um processo de mudança de conceitos, de conscientização e de treinamento continuado. “O Brasil é um dos países mais avançados do mundo nesta área, com reconhecimento internacional, mas estamos com falta de profissionais e falta de interesse. A engenharia precisa estar inserida neste processo com alinhamento, posicionamento e participação de toda a categoria junto ao Congresso”, finalizou. (Com informações da Equipe de Comunicação do Confea).



02.jpg O Eng. Civ. José Marques Filho cita fatores como a crise em investimentos em infraestrutura nas últimas décadas