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Relatórios de carro inteligente são apresentados incompletos após 3 meses de funcionamento em Goiânia

Quatro veículos percorrem as ruas da capital desde o fim de fevereiro e, após três meses, apenas dados parciais foram divulgados

Publicado: 15/06/2023 - Fonte: O Popular




Após três meses desde o início do monitoramento dos carros inteligentes, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) ainda não apresenta nenhum relatório completo relacionado aos problemas urbanos identificados nas vias de Goiânia. Os veículos percorrem as ruas da capital desde o fim de fevereiro para localizar os pontos que necessitam de intervenção, os quais são agrupados em um relatório mensal.

Em contrato firmado junto à Seinfra, a empresa paranaense Mapzer Inteligência Artificial recebe R$ 201 mil mensais para fornecer os quatro veículos com câmeras acopladas ao teto que circulam as ruas da capital coletando imagens e as localizações dos pontos críticos. Já a administração municipal deve efetuar a manutenção dos locais. Cada um dos mais de 20 tipos de problemas identificados é encaminhado à pasta responsável.

O POPULAR tenta desde a semana passada obter os dados completos do relatório de maio, que foi finalizado no fim do mesmo mês, após o terceiro ciclo de monitoramento na cidade. Até o fechamento desta matéria, não obtivemos sucesso. Já no relatório parcial divulgado pela pasta, constam apenas quatro tipos de ocorrências de responsabilidade da própria secretaria: buracos, tampa de bueiro irregular, rachaduras e reparo.

O documento aponta que, entre abril e maio, foram tapados 37.432 buracos nas vias de Goiânia. O total de 43.342 ocorrências do tipo identificadas em abril passou para 5.910 no mês seguinte, ou seja, redução de 86,3%. Se comparado a março, quando foram apontados 65.018 problemas do tipo, a diminuição foi de 90,9%. O porcentual é quase o triplo referente ao comparativo de março a abril, quando teve redução de 33% no total.

Em relação às ocorrências de rachadura no asfalto, foram 97.464 registradas em abril e 17.516 em maio, o que representa queda de 82%. Em março, foram 117.552 pontos problemáticos. Na comparação de março a abril, o porcentual de diminuição foi de apenas 17%.

O outro tipo relacionado a tampa de bueiro irregular foi a que apresentou menor porcentual de redução: 48% de abril a maio, quando foram localizados 97.464 e 17.516 problemas do tipo, respectivamente. Em março, o total foi de 34.567.

O POPULAR questionou a respeito do tipo de ocorrência “reparo” que consta no relatório parcial, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. Os dados mostram que foram 2.758, 2.193 e 624, em março, abril e maio, respectivamente. Não há informação sobre qual problema o tipo de ocorrência representa.

Menos danos

A queda no número de buracos e rachaduras nas vias urbanas coincide com o fim do período chuvoso. Presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO), Lamartine Moreira explica que os problemas são mais frequentes durante a época de chuva e que, fora deste período, há uma queda considerável diante do menor dano causado à malha asfáltica.

Estes problemas são mais frequentes em períodos chuvosos, ou seja, de meados de outubro até fevereiro. Durante a chuva intensa, pode haver alguma falha de drenagem e a ação da velocidade da água sobre o pavimento pode causar ainda mais danos ao asfalto”, aponta.

Dentre os principais motivos para os danos causados ao pavimento, o engenheiro civil cita que o primeiro é o excesso de peso do fluxo habitual de veículos, “uma vez que nosso asfalto é um pouco mais antigo e não foi projetado para o potencial de carga dos veículos atuais”. O outro, explica, é a “utilização frequente de água sem a devida drenagem” que afeta a durabilidade da malha asfáltica.

Conforme Moreira, o aumento no número de reparos de buracos e rachaduras é possível fora do período chuvoso, “pois como o período de chuvas causa grandes danos na pavimentação, o Poder Público muitas vezes não tem sucesso na realização desse volume de reparos que precisam ser realizados.”

Dessa forma, é nos primeiros meses de seca em que essa atividade é intensificada, a fim de realizar todos os reparos necessários para a boa trafegabilidade da pista de rolamento”, finaliza o presidente do Crea-GO.

Sem licitação

O contrato entre a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) e a Mapzer Inteligência Artificial foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) do dia 27 de fevereiro. O contrato com inexigibilidade de licitação e vigência de 12 meses é de R$ 2,4 milhões ao ano, sendo R$ 201 mil mensais.

Conforme noticiado pelo POPULAR no dia 4 de abril, a pasta justificou que a contratação foi feita “por inexigibilidade de licitação por se tratar de fornecedor exclusivo do serviço de licença de software para identificação de ocorrências de diferentes tipos no município de Goiânia com o uso de Inteligência Artificial”.

O acordo prevê que um ciclo de mapeamento será feito a cada 30 dias e, após, será gerado um relatório mensal constando o total de ocorrências por cada um dos mais de 20 tipos de problemas urbanos. Mesmo com contrato firmado junto à Seinfra, outras pastas são atendidas pelos serviços dos carros inteligentes.

Dessa forma, além da Seinfra, as ocorrências são encaminhadas à Secretaria Municipal de Planejamento e Habitação (Seplanh), nos casos de calçadas irregulares e materiais de construção nas vias, e à Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), como problemas de sinalização inexistente e irregular.

A Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg) recebe demandas relacionadas a lixo e entulho irregular, e mato alto, e a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) obtém os registros de animais soltos e mortos nas ruas.

Assessoria de Imprensa do Crea-GO
Fonte: O Popular