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Engenheiro Florestal Analisa Retirada de Árvores de Avenida em Goiânia

Conselheiro do Crea-GO concedeu entrevista para o Jornal O Popular

Publicado: 25/07/2023 - Fonte: O Popular




A obra de revitalização da Avenida Rio Verde, que será feita em parceria entre as prefeituras de Goiânia e Aparecida de Goiânia, está sendo executada com a retirada de 132 árvores do canteiro central. O serviço ocorre em um trecho de 5,5 quilômetros da via entre o Terminal Cruzeiro, no Jardim Nova Era, e a GO-040, no Jardim Presidente, com a implantação de pista de caminhada, academias, iluminação de LED e reforma do pavimento asfáltico. A extirpação dos espécimes arbóreos se dá sob a justificativa da necessidade de retirar as árvores que possuem raízes mais grossas e rasas, o que impediria a concretagem e continuidade da pista de caminhada.

A retirada de árvores em projetos de revitalização no espaço público tem sido comuns na região metropolitana de Goiânia, sendo inclusive a primeira ação realizada. No caso da Avenida Rio Verde, o serviço foi iniciado no último dia 20 e o corte de parte das árvores começou no mesmo dia. Segundo a secretária de Meio Ambiente de Aparecida de Goiânia, Valéria Pettersen, o projeto de revitalização buscou deixar o maior número possível de árvores no canteiro central da avenida, mas que não poderia deixar todas em razão da concretagem.

“Lá tem algumas, como mangueiras e amendoeiras, que possuem raízes fortes e não teria como deixar com a pista de caminhada que vamos fazer, com risco da raiz quebrar o concreto e machucar alguém que tivesse andando”, explica Valéria. Ela afirma que haverá compensação ambiental com o plantio de mudas em um parque localizado no bairro Vila Mariana, localizado a cerca de 600 metros do local de obra. Além disso, a secretária explica que haverá a plantação de outras árvores ao longo do canteiro central, mas espécies típicas do Cerrado, como ipês, que possuem características de raízes mais profundas, que não prejudicariam a implantação da pista.

Valéria conta ainda que o espaço a ser revitalizado será como um parque linear na Avenida Rio Verde, com a plantação de vegetação rasteira, com grama e flores. “Vai ficar lindo, com academia ao ar livre, com pergolados, com as flores. É um projeto muito bonito”, afirma a secretária. Ela complementa que mais de 300 árvores foram deixadas no canteiro, por não interferirem no projeto da pista de caminhada. A situação é semelhante com o que ocorreu na Avenida Universitária, de Goiânia, em 2012, quando 85 árvores foram extirpadas do local.

A diferença é que o espaço da vegetação se tornou a pista da ciclovia que complementa o corredor preferencial de transporte coletivo implantado no local, além do uso por parte dos pitdogs. Na época, a compensação ambiental proposta foi o plantio de 850 espécimes ao longo do Corredor Universitário, tanto no canteiro central como nas calçadas. O Corredor T-7, que vai da Praça Cívica até o Terminal Bandeiras, também teve árvores retiradas para dar lugar à ciclovia. Em ambos os casos isso ocorreu para que não fosse utilizada a pista de rodagem dos veículos automotores, que já tinham reduzido uma faixa para o transporte coletivo.

Desde o ano passado, no entanto, a revitalização do canteiro central da Avenida Castelo Branco, que passará a ser chamada de Agrovia Iris Rezende, tem a projeção de retirar um total de 361 árvores, sendo que 141 já foram extirpadas. No local, não há previsão de instalação de qualquer pista de concreto para pedestres ou ciclistas, sendo projetada apenas a troca de impacto visual. Engenheiro florestal e conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO), Fábio Venturoli, ressalta que as prefeituras possuem a prerrogativa de decidir sobre a extirpação e verificar qual a prioridade em cada caso.

“Muitas vezes é difícil de entender, porque retirar a árvore para colocar uma pista. A legislação faz manter as árvores, mas dá as prerrogativas e os casos de quando pode extirpar, como em situação fitossanitária ou se estão correndo risco ou gerando risco”, diz Venturoli. É obrigação legal, no entanto, realizar a compensação que é determinada pelo órgão ambiental da prefeitura, responsável também pela fiscalização de seu cumprimento. Neste caso em específico, com a obra sendo realizada de forma direta pelas administrações municipais, o cumprimento se dá pela gestão que também fiscaliza.

Para Venturoli, as decisões das compensações, que muitas vezes ocorrem em locais diferentes de onde a obra será realizada são “bastante questionáveis”. “O ideal é que seja feito no mesmo local, porque a retirada das árvores causa impacto visual ali, as árvores têm impacto ambiental ali, com as sombras que geram, são abrigos, servem de comida para animais. Mas a compensação pode ser em árvore ou muda e pode plantar em qualquer lugar.” O engenheiro lembra que a árvore só pode ser substituída ambientalmente por outra, pois flores e gramas possuem outras funções.

Assessoria de Imprensa do Crea-GO
Fonte: O Popular