Com o propósito de desmistificar alguns conceitos sobre sustentabilidade e a produção de carbono florestal no Brasil, o Crea-GO, por meio da Comissão de Desenvolvimento Sustentável (Codesu) e apoio da ECCON Soluções Ambientais, realizou, na noite desta terça-feira (17), na Casa da Engenharia de Itumbiara-GO, a palestra Estratégias de ESG: Desenvolvimento de Projetos de Carbono Florestal e a Regulação do Mercado.

Profissionais de diversas áreas das Engenharias e estudantes puderam ter acesso às principais técnicas e metodologias para o desenvolvimento de projetos, padrões de certificação e desafios relacionados à regulação do mercado de carbono no país. Segundo a especialista em projetos de carbono Daniela Gennari, os grandes produtores estão se interessando cada vez mais pelo assunto. “Desenvolvemos ferramentas e soluções para os problemas ambientais que estamos enfrentando com base na natureza. Conservar as florestas, nascentes e APPs faz com que a regulação climática e as chuvas tragam bem-estar para a sociedade. Com as ferramentas de projetos de carbono florestal nós também conseguimos levar remuneração para o produtor rural”, afirmou. 

O ESG (Environmental, Social and Governance) está diretamente relacionado ao crédito de carbono, um mecanismo financeiro que permite a redução das emissões de gases de efeito estufa e a compensação por meio de projetos sustentáveis. Os créditos de carbono são unidades negociáveis que representam o direito de emitir uma tonelada de dióxido de carbono equivalente. Este mecanismo também é um critério utilizado por empresas e investidores para avaliar o desempenho ambiental, social e de governança de uma organização.

O eng. civil Alexandre Garcês de Araújo explicou os conceitos e a importância dos engenheiros se dedicarem ao conhecimento e aplicação da temática no dia a dia. “As estratégias de ESG na Engenharia contribuem para a construção de um futuro mais sustentável, reduzindo impactos negativos do setor no meio ambiente. Essas estratégias impulsionam a inovação, promovendo o desenvolvimento de tecnologias e soluções mais eficientes e ambientalmente amigáveis. A adoção de práticas sustentáveis fortalece a imagem e a reputação das empresas, tornando-as mais atraentes para investidores e clientes conscientes”, observou Alexandre. 

A comercialização de créditos de carbono, cada vez mais difundida, está sendo utilizada como oportunidade de negócio e reconhecida por meio de selos verdes. Conheça a regulamentação sobre o crédito de carbono no Brasil:

Decreto n. 5882/2006	Primeira regulação de crédito de carbono no Brasil.
Decreto n. 12187/2009	Institui a Política Nacional de Mudanças do Clima (PNMC) e estabelece os princípios, objetivos e diretrizes.
Decreto n. 9578/2018	Consolida atos normativos editados pelo Poder Executivo Federal que dispõem sobre o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, de que trata a Lei nº 12.114, de 9 de dezembro de 2009, e a Política Nacional sobre Mudança do Clima, de que trata a Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009.
Projeto de Lei 528/2021	Institui o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), que vai regular a compra e venda de créditos de carbono no País.
Decreto n. 11075/2022	Estabelece os procedimentos para a elaboração dos Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas, institui o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa e altera o Decreto nº 11.003, de 21 de março de 2022.

“Nós precisamos pensar á longo prazo, esse é o ponto principal. São ferramentas que estão sendo lapidadas e colocadas no mercado para tornar o mercado de carbono florestal cada dia mais viável para os grandes e no futuro para os pequenos produtores também”, ressaltou Daniela ao vislumbrar que o produtor entenda a manutenção das florestas não como um ônus, mas sim como um bônus que traga renda.

Coordenadoria de Imprensa do Crea-GO