Lamartine Moreira Junior
Publicado: 23/03/2024 - Fonte: O PopularGoiânia é a capital do Centro-Oeste com o maior número de pontos de alagamentos. Ao todo, são 99 locais catalogados pela Defesa Civil do município. A irmã, Brasília, tem 10 áreas de risco, totalizando 50 áreas no Distrito Federal. Em Cuiabá, segundo levantamento da prefeitura da cidade divulgado na Gazeta Digital no ano de 2022, são cerca de 40 pontos. Já em Campo Grande são 36 locais mapeados pela Defesa Civil. Os dados são de 2020 a 2024.
Claro que esse comparativo não leva em consideração diferenças topográficas, planejamento urbano, adensamento populacional, portanto, não serve como um diagnóstico capaz de apontar culpados, vilões e mocinhos. Mas serve de alerta, daqueles que acendem o sinal amarelo dizendo: cuidado, não estamos cuidando direito de nossa cidade. E digo nós porque é responsabilidade de todos zelar pelo patrimônio público.
O primeiro Plano Diretor de Goiânia foi aprovado em 1938. No plano de Atílio Correia Lima, segundo Edgar Graef, um dos aspectos importantes foi assegurar a cidade amplas áreas verdes. Dessa maneira o projeto previa que um terço da área da cidade deveria ser ocupada por árvores. Isto é, dos 1.082 hectares de área projetada, um total de 162 hectares seria exclusivamente para parques ways, jardins, playgrounds e área destinada a esportes.
Mas, naquela época, nossa cidade fora criada para 50 mil habitantes. Hoje, 86 anos após o primeiro Plano Diretor, a capital tem mais de 1,5 milhão de cidadãos. E como outras capitais brasileiras, sofre com o problema da drenagem urbana (apesar de ser conhecida como “cidade verde”), resultado da urbanização, que causou um significativo crescimento da taxa de impermeabilização de solos, levando ao aumento da vazão de rios, córregos e volume de água da chuva em alguns pontos do município.
Para avaliar a causa precisamos substituir a palavra “culpa” por “resultado”. Como presidente do Crea-GO, defendo que a responsabilidade da gestão urbana seja compartilhada. É responsabilidade da Prefeitura executar um Plano Diretor que caminhe em conjunto com o Plano de Drenagem Urbana, criar e executar políticas de requalificação urbana, de saneamento e escoamento das águas pluviais.
É responsabilidade do cidadão não jogar lixo nas margens de córregos, rios e bocas de lobo; não impermeabilizar a área permeável do lote. É responsabilidade dos engenheiros, arquitetos, construtores e construtoras respeitar o índice de permeabilidade do lote que está previsto em lei.
O Crea-GO se preocupa com todos esses fatores e conta com um Grupo de Trabalho de Drenagem Urbana de Goiânia. Por meio dele, queremos debater e incentivar nossos profissionais, o poder público e os cidadãos a juntos construirmos uma cidade melhor para se viver. Apenas com a responsabilidade e contribuição de todos poderemos superar este urgente problema e salvar vidas.
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