Lamartine Moreira Junior
Publicado: 07/05/2024 - Fonte: Diário da ManhãAssim como no semáforo, o amarelo, do Maio Amarelo, acende um sinal de alerta para a sociedade que, ano a ano, mesmo com campanhas educativas, têm assistido o crescimento dos índices de acidentes e de vidas ceifadas por colisões, saídas de pista e capotamentos. Segundo a ONU, entre 2010 e 2019, quase 400 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil, número 13,5% maior que na década anterior. Não é de hoje que temos assistido o aumento de uma “geração de amputados”, formada por vítimas de incidentes com motocicletas. Há quem defenda que esses aumentos são proporcionais ao maior número de veículos em circulação nas ruas. Mas será que mais carros significam necessariamente mais acidentes?
Não. Se fosse assim, os EUA, com 280 milhões de unidades, considerada a maior frota de veículos do mundo, estaria em primeiro lugar nas estatísticas. Entretanto, não está. De acordo com estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Rússia encabeça a lista de piores países para se dirigir, seguida do Brasil, na segunda posição. Porém, quando o tema é morte no trânsito, a classificação muda. No topo do ranking ficam Índia e China, respectivamente.
Sendo assim, associar o aumento de acidentes e de mortalidade no trânsito ao crescimento da frota é simplista demais, para não dizer falacioso. Todos os agentes envolvidos no trânsito tem sua parcela de responsabilidade: motoristas, pedestres, ciclistas, motociclistas, diferentes esferas públicas de governo, tanto no âmbito municipal, quanto estadual e federal.
Diminuir esses índices depende de um conjunto de fatores que passam por campanhas educativas, mais respeito e consciência do cidadão e políticas públicas de engenharia de tráfego pensadas na fluidez, segurança e mobilidade. Na Alemanha, por exemplo, quando o governo percebe um aumento de acidentes num determinado perímetro de rodovia, é convocado um engenheiro de tráfego para avaliar o local e, se necessário, redesenhar o traçado, recuperar o asfalto ou implantar redutores de velocidade com aplicação de infrações para os desobedientes.
Medidas de engenharia de baixo custo podem representar uma possível solução para diminuir os problemas de trânsito. Isso não significa que os acidentes serão necessariamente evitados, porém, os riscos podem ser sensivelmente reduzidos e isso aumenta a segurança e a fluidez viária. Ações simples podem ser implantadas em locais onde se observa maior concentração de acidentes, podendo incluir medidas como: melhora na sinalização vertical e horizontal, criação de áreas nos acostamentos para conversões em interseções, adoção de sonorizadores associados à sinalização de advertência, criação de áreas nos acostamentos para conversões em interseções, criação de ciclovias ou ciclofaixas, uso de tachões refletivos para delineação das curvas mais acentuadas, entre outros.
Nós, do Crea-GO, acreditamos que a Engenharia de Tráfego planejada, associada a campanhas educativas e a maior consciência, respeito e boa vontade do cidadão podem contribuir e muito para que o Maio Amarelo seja, não só para conscientizar e pedir paz no trânsito, mas para lembrar que uando os interesses coletivos se sobrepõem aos individuais, a vida, o trânsito, a cidade, o mundo se tornam mais fluidos e seguros.
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