Rodadas de conversa ocorreram nos dias 05, 09,12 e 13 de setembro, na Casa da Engenharia do Município
Publicado: 17/09/2024 - Fonte: Coordenadoria de Publicidade e ImprensaCom menos de um mês para o primeiro turno das eleições municipais, a exemplo do ocorrido na Capital, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO) decidiu realizar rodadas de conversas com os pré-candidatos à Prefeitura de Anápolis, considerada a terceira maior cidade do Estado. Os debates ocorreram nos dias 05, 09, 12 e 13 de setembro, na Casa da Engenharia de Anápolis, localizada no bairro Maracananzinho. “Pautamos temas relevantes para as Engenharias e Geociências e para o bem comum da sociedade”, declarou o presidente do Crea-GO, engenheiro Lamartine Moreira.
As rodas de conversa têm como objetivo contribuir com os planos de governo, que estão em fase de conclusão. O Crea-GO deu enfoque especial nos temas que abrangem elaboração do novo Plano Diretor, drenagem urbana, tratamento de resíduos, acessibilidade, mobilidade urbana e parceria de cooperação técnica entre Prefeitura e o Crea-GO.
Para manter a isonomia, a imparcialidade e a lisura do processo, todos os bate-papos foram gravados e disponibilizados na íntegra no canal do Youtube do Crea-GO. Cada candidato participou por uma hora do evento, que teve a participação de inspetores e profissionais da Autarquia que residem no município.
PRINCIPAIS TEMAS APRESENTADOS PELO CREA-GO AOS CANDIDATOS
Drenagem Urbana:
Apesar da implantação de jardins filtrantes e de outras iniciativas de drenagem urbana, Anápolis sofre com alagamentos no período chuvoso. No ano passado, a força das águas levou a ponte da Avenida Independência. A falta de permeabilidade também afeta a região central da cidade e bairros como Jardim das Oliveiras e São José. Diante desse cenário, o Crea-GO defende que o município elabore o Plano de Drenagem Urbana a fim de diminuir o índice de áreas de alagamento em toda a cidade.
Aterro Sanitário:
Atualmente o Aterro Sanitário de Anápolis funciona sem licença ambiental. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) em abril deste ano. Segundo a pasta, a motivação para indeferir o pedido de renovação foi a ampliação de uma área sem a realização do devido licenciamento ambiental. O Crea-GO defende que, não só o aterro sanitário de Anápolis, mas que todos os municípios goianos façam o descarte correto de resíduos, seguindo as normas ambientais vigentes e promovendo a sustentabilidade. Para isso, é necessário a ampliação da coleta seletiva e a destinação correta dos resíduos da construção.
Plano Diretor:
O novo Plano Diretor de Anápolis precisa ser reelaborado e entrar em vigor em 2026. Segundo o Estatuto da Cidade, o documento norteia as políticas públicas municipais, sendo obrigatório para municípios com mais de 20 mil habitantes ou com potencial turístico. Dessa maneira, a legislação municipal é reavaliada a cada 10 anos. Entre pontos importantes, a Lei estabelece regiões adensáveis ou com potencial de adensamento, trata de temas como meio ambiente, habitação, regularização fundiária, transporte e saneamento. A elaboração do novo Plano Diretor conta com a participação da Câmara Municipal e da população. Nesse caso a sociedade participa por meio de Audiências Públicas.
Mobilidade Urbana:
Considerada a terceira maior cidade de Goiás, com 415 mil habitantes, Anápolis apresenta gargalos no trânsito com congestionamentos diários em horários de pico. A proposta do Crea-GO é, seguindo as diretrizes da mobilidade urbana moderna, o município invista em diferentes modais, com ampliação de ciclovia, ciclorrota, sinalização de vias, calçadas acessíveis para o pedestre, transporte público de qualidade e estudo viário capaz de diminuir os impactos provocados pelo grande número de veículos em determinados trechos urbanos.
Parceria de cooperação técnica entre prefeitura e Crea GO:
Partindo do pressuposto que a gestão pública não se faz sozinha, mas com a participação técnica de diversos profissionais. O Crea-GO apresentou aos candidatos da Prefeitura de Anápolis a possibilidade de dois acordos de cooperação técnica. No primeiro, o Conselho e a Prefeitura estabelecem a troca de informações para o aprimoramento da fiscalização de obras, lavouras e outros. Atualmente o Crea-GO tem esse tipo de acordo com 50 municípios goianos. O segundo acordo de cooperação técnica apresentado pelos conselheiros durante as sabatinas foi o Programa de Engenharia Pública. Por meio desse projeto, a Autarquia disponibiliza à Prefeitura 10 modelos de plantas residenciais para habitação de interesse social com até 69,9 metros quadrados. O pré-requisito é que as famílias tenham renda de até 3 salários mínimos.
Durante a mesa redonda, todos os candidatos tiveram que responder perguntas semelhantes sobre os mesmos temas apontados como prioritários pelo Crea-GO. Confira abaixo trechos de cada um deles sobre as temáticas (em ordem alfabética). Os debates podem ser conferidos na íntegra no YouTube do Crea Goiás.
Antônio Gomide:
Desde que entrou em vigor, o atual Plano Diretor sofreu algumas mudanças por meio de decretos. Quando ele foi desenhado apontou o crescimento para o rumo de Brasília, na direção do Catarinense. Atualmente uma discussão que precisamos ter com o Ministério Público é em relação a bacia do João Leite, para que possamos fazer um projeto sustentável e que promova qualidade de vida naquela região. Aproveitando o espaço, fazendo adaptações, preservando nascentes, áreas verdes, plantando árvores e também urbanizando. Como prefeito, se eleito for, já de imediato quero formar uma comissão, com apoio do Crea-GO, para começarmos a pensar nas mudanças que queremos no novo Plano Diretor e chamar a sociedade para as audiências públicas. Queremos retomar o Plano de Mobilidade porque ele é fundamental. Em relação à Drenagem Urbana, nós vamos fazer o Plano Diretor de Drenagem. Esse é um desafio nosso. Nós temos muitas erosões e pouco se fala disso.
Eerizania Freitas:
O trabalho deve ser sempre pautado no diálogo. Não tem como falar da revisão e da elaboração de um Plano Diretor sem ouvir a população, os profissionais, os sindicatos, as autarquias e os empresários. Nós temos até 2026 para fazer essa alteração e essa revisão. Nada me impede de, em 2025, ao assumir a Prefeitura pautar diálogos para elaborarmos um novo documento. A cidade não pode crescer ao ermo. A gente precisa de definições. E o prefeito não sabe tudo. Ele precisa andar de mãos dadas com técnicos e especialistas de cada área. Em relação a mobilidade urbana está em nosso Plano de Governo construir na Avenida Brasil Sul com a Engenheiro Portela um viaduto. Falar de mobilidade não tem como não falar do Centro da Cidade. Para isso eu preciso conversar com a população, com os empresários e com os ambulantes da nossa cidade para melhorar as vias públicas, adaptar as calçadas e transformá-las nessa região em calçadões capazes de fomentar o comércio. Sobre a Drenagem Urbana somos referência em jardim de chuva. Na nossa gestão criaremos o plano de macrodrenagem verde, com abrangência em 46 pontos.
Hélio da Apae:
Acho que a nossa preocupação no Plano Diretor para trânsito, mobilidade, penso se eleito fazermos uma área de lazer na região do Lírios do Campo, com grande lago onde está sendo feito hoje o novo viaduto que eu também não chamo de viaduto porque Anápolis não tem viaduto. Enquanto temos o elevado como aquele da Goiás e da Avenida Brasil só passa automóvel o pedestre não anda nele. E eu tenho grandes críticas porque o pedestre não anda, o ciclista não anda e aí trava tudo. Outro problema é que Anápolis vai precisar daqui uns 10 a 15 anos da água do João Leite. O município conta apenas com o abastecimento do Piancó e dos córregos que temos aqui não vão aguentar. Acho que todo gestor tem que acabar a obra do outro. Tem que dar continuidade. Em relação à mobilidade, está no nosso Plano de Governo, vamos fazer em caráter experimental o circuito no Centro. Nesse circuito vamos isolar com corrente ou cavalete algumas vias, durante os fins de semana, para tirar os ônibus dessa região. Não vamos isolar a rua, mas vamos fazer um circuito cultural pegando o Mercado Municipal, Estação Ferroviária e Praça Americano do Brasil.
Márcio Corrêa:
O gestor não tem que saber tudo. Ele tem que ter a capacidade de escolher bem. Tem que buscar o que tem acontecido em outros municípios, buscar medidas do ponto de vista sustentável e que tenha viabilidade econômica para que a população tenha qualidade de vida e a cidade o crescimento organizado. Hoje temos visto parcelamento de solos de novos empreendimentos que tem deixado muito a desejar, tanto do ponto de vista de infraestrutura, quanto de sustentabilidade. Por exemplo, o Plano de Manejo do João Leite limitou o crescimento em algumas regiões, entre elas na Fabril. Faltou um pouco de boa vontade do gestor porque hoje há medidas mitigadoras para tudo. Hoje há soluções ambientalmente sustentáveis e economicamente viáveis para tudo. Quanto ao Plano Diretor temos uma série de preocupações também. Ele tem que ser alterado em vários sentidos .O que dá longevidade para o asfalto é a drenagem da água. Se você tem uma drenagem eficiente você tem maior eficiência do seu asfalto, independente se ele é TSD ou se ele é concreto betuminoso usinado a quente. Então, nós precisamos repensar a drenagem do município.
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