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GT de Drenagem Urbana discute impactos da destinação incorreta de resíduos em galerias pluviais

GT de Drenagem Urbana discute impactos da destinação incorreta de resíduos em galerias pluviais

Publicado: 16/10/2024 - Fonte: Coordenadoria de Publicidade e Imprensa




A destinação incorreta de resíduos líquidos, sólidos e provenientes de obras urbanas foi o tema debatido na manhã desta quarta-feira (16/10), entre os integrantes do Grupo de Trabalho de Drenagem Urbana do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO). A meta dos profissionais é provocar o poder público e a sociedade civil organizada para evitar que estes materiais continuem sendo descartados de maneira incorreta, sobrecarregando galerias pluviais ou sujando margens de rios e lagos da Capital, o que resulta em agressão ao meio ambiente e provoca alagamentos. 

“Queremos compreender onde estão sendo descartados os resíduos líquidos, recolhidos por caminhões de limpa fossa, como gorduras e esgoto. Também os de combustível e óleo na Capital”, explicou o coordenador do GT de Drenagem Urbana, engenheiro Marcus Mendes. Além da destinação correta, com o levantamento, o grupo quer verificar se o poder público tem fiscalizado as empresas que prestam esse tipo de serviço em Goiânia. 

O descarte irregular de esgoto e resíduos de gordura nos rios ou galerias de águas pluviais são crime ambiental. Em situações de irregularidade, os responsáveis pela infração podem ser punidos com sanções federais, estaduais e municipais. “Deveria haver uma estação de tratamento para gordura líquida. Depois que ela secasse e ficasse sólida poderia ser encaminhada ao aterro”, sugeriu a integrante do GT de Drenagem, engenheira Marisa Pignataro. 

Assim como a gordura, o óleo, o concreto, o lixo e outros materiais não podem ser lançados nas galerias pluviais, uma vez que, além de dano ambiental, provocam entupimentos e no período chuvoso o extravasamento da água para fora do bueiro. “Tudo cai na rede pluvial e prejudica o escoamento”, alertou a engenheira Juliana Matos, que também integra o GT. 

A destinação dos resíduos sólidos provenientes de obras urbanas também foi tema da discussão. Segundo o integrante do GT, engenheiro José Carlos, é comum ver nas ruas de Goiânia caminhões de concreto serem lavados nos canteiros de obras. “Isso é crime”, alertou José. Da mesma maneira que os outros materiais entopem as galerias, o resto de concreto proveniente da lavagem dos veículos ou betoneiras prejudicam o escoamento da água das chuvas. 

De acordo com o membro do GT de Drenagem, engenheiro Alexandre Garcês, a destinação do resto de concreto das obras foi pauta de uma parceria entre a Prefeitura e as empresas de concretagem da Capital, entretanto, a parceria acabou se dissolvendo e o projeto parou de ser realizado. “Há alguns anos atrás era assim: artefatos de concretos que não envolviam armaduras, nós deixávamos as fôrmas nas concreteiras. Os caminhões chegavam com resto de concreto e já preenchiam as fôrmas. Depois, nós da prefeitura íamos ao local (concreteira) onde estavam os concretos moldados e desmoldávamos. Em seguida, empregávamos estes artefatos de concreto em contenções”, lembrou Garcês. 

Quando o sistema pluvial fica obstruído,  sem ter para onde ir, a água da chuva retorna para rua resultando em alagamentos. Atualmente, de acordo com a Defesa Civil, a Capital tem entre 97 e 99 pontos de alagamentos registrados. Esse índice poderia ser menor com a contribuição da população. “O lixo é um problema grave e a sociedade precisa conscientizar que não se pode jogar lixo nas galerias pluviais”, afirmou Juliana de Matos. 

Além do lixo nas galerias, resíduos sólidos, restos de construções, mobiliário e outros materiais também não podem ser descartados nas margens de rios e lagos, como explicou o coordenador geral da Defesa Civil do Município de Goiânia, Robledo Mendonça. “Encontramos sofá, geladeira e lixo de toda espécie em lotes baldios e nas margens dos cursos hídricos que cortam a Capital. Estamos preocupados porque com a chegada das chuvas, isso cai no leito do rio, vai para o canal, entope o canal e é onde ocorre o transbordamento”, orientou. 

As discussões serão formalizadas em ofícios. Os documentos serão encaminhados ao poder público municipal para esclarecimentos e para representantes de empresas de concretagem e entidade de classe ligada ao setor da Construção Civil. 

A reunião desta quarta-feira contou ainda com a presença do membro do GT de Drenagem, engenheiro Thiago Mendes, também dos engenheiros Flávio Rios e Vanessa Elizabeth. O encontro foi documentado pela colaboradora de apoio às Câmaras e Comissões do Crea-GO, Cristiane Martins de Oliveira.



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