Eng. Agrônomo e Seg. Trab. Ariston Afonso
Publicado: 20/01/2020 - Fonte:O assunto é recorrente. E sempre encontra eco e acirra opiniões. Precisamos deles? Podemos deixar de usá-los? É possível conviver com eles? Por incrível que pareça, a resposta para todas as indagações é sim!
Precisamos deles? Sim, se levarmos em conta o atual modelo agrícola adotado no mundo, que priorizou a máxima produção de alimentos, aliada à proteção artificial das culturas e tem a obrigação de alimentar 7 bilhões de pessoas.
Podemos deixar de usá-los? Sim, se abrirmos mão do elevado nível de produtividade e da qualidade dos alimentos. Para isso, seria necessário reduzir os atuais níveis de consumo, o que não seria bem aceito pela população.
É possível conviver com eles? Sim. É o que estamos fazendo agora. Se analisarmos os dados friamente, ficaremos no mínimo intrigados. Na década de 60, no Brasil, 99% dos alimentos consumidos eram livres de agrotóxicos e a expectativa de vida do brasileiro era de 56 anos. Hoje, 95% dos alimentos são produzidos com o uso desses produtos e a expectativa de vida passou para 75 anos. No Japão e na Holanda, onde se consomem muito mais agrotóxicos por unidade de área, a expectativa de vida ultrapassa os 80 anos. Presume-se que a maior disponibilidade de alimentos que essa técnica proporciona supera seus possíveis malefícios.
Ultimamente, tem-se noticiado as liberações de novos agrotóxicos pelas autoridades competentes, gerando protestos em diversos setores, que alegam que a maior disponibilidade de produtos irá aumentar o consumo. Ledo engano. Ninguém irá fumar ou beber mais que o habitual somente porque existem mais opções de marcas disponíveis no mercado.
No caso dos agrotóxicos, pesa ainda o fato de que são caros e, se utilizados sem necessidade, podem até inviabilizar a atividade agrícola. Levando em consideração que a pesquisa tem buscado incessantemente produtos mais eficientes e menos tóxicos, nada justifica que não os adotemos. Eles proporcionarão melhores controles de pragas e doenças, com a utilização de menores dosagens, e com a consequente melhoria da proteção da saúde da população e do meio ambiente.
No entanto, o uso zero é desejável. Proporciona muito mais proteção a todos, porém, para chegarmos e esse ponto, devemos investir pesadamente em caras pesquisas, que demoram a trazer resultados satisfatórios, além de ir contra os segmentos industrial e comercial que estão estabelecidos em torno dos agrotóxicos.
Eng. Agrônomo e Seg. Trab. Ariston Afonso
Assessor Técnico do Crea-GO
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