Eng. Civil Antonio de Padua Teixeira
Publicado: 18/02/2020 - Fonte:Uma Comissão de Inquérito da Câmara Municipal concluiu, em setembro de 2018, que o Município de Goiânia era responsável pela administração de 132 obras executadas com recursos da União, estando 116 delas paralisadas. O valor total dos contratos era superior a um bilhão de reais. Estes números dão uma ideia do tamanho do problema que vem sendo discutido há algum tempo, procurando uma alternativa para a retomada das obras paralisadas. Em alguns casos, nem há solução e o que foi gasto está perdido, como na Unidade de Saúde que seria construída no Conjunto Riviera. A obra foi iniciada com a frente virada para os fundos. Depois de executada a fundação e concretadas as vigas do baldrame é que se percebeu o erro e a obra foi abandonada. Não há o que fazer e o dinheiro foi jogado fora.
Além dos investimentos que não foram feitos nas obras que não foram concluídas, muitos empregos deixaram de ser gerados durante a construção e depois. Pior, a população continua carente, sem os serviços que seriam prestados pelas dezenas de escolas, creches e postos de saúde.
O Focco - Fórum de Combate à Corrupção é um Grupo de Trabalho que conta com a participação de mais de uma dezena de órgãos, entre eles, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO), e as representações estaduais do Tribunal de Contas da União (TCU), da Controladoria Geral da União (CGU) e do Ministério Público Federal (MPF). No Fórum, há um grupo específico que trata dos assuntos relacionados às obras públicas, que recebeu, em dezembro, vinda do Conselho Nacional de Justiça, a incumbência de desenvolver um programa piloto para estudar a viabilidade e propor a retomada das obras de creches paralisadas em Goiás. Por isso, visitei as treze obras de CMEIs - Centro Municipal de Ensino Infantil identificadas pela Comissão de Inquérito.
Oito delas foram retomadas e as outras cinco continuam paralisadas. Descobri também, através de registros do Crea, outras sete creches que sequer foram iniciadas. Cinco delas deveriam ser construídas em novos conjuntos no Vera Cruz, mas foram suspensas porque o contrato de construção das casas foi cancelado.
Quanto à sexta obra identificada, não encontrei a empresa, que não é de Goiânia e mudou de telefone, da mesma forma que o responsável. Na última, um detalhe interessante. Ela deveria ser construída no Residencial Santa Fé, na esquina da Rua da Glória com a Rua das Flores. Antes de ir lá, no entanto, procurei sua localização através do Google Maps para escolher o melhor caminho. Não encontrei indícios da obra, apenas um local, próximo ao endereço indicado, onde consta uma inscrição: "CEMEI SÓ NO PAPEL". Parece que alguém se cansou de esperar a creche e desabafou no mapa.
Eng. Civil Antonio de Padua Teixeira
Assessor Técnico do Crea-GO
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