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Estudo aponta tendência de aumento da temperatura do ar em Goiás

De acordo com a pesquisa realizada por equipes da UFG e da Embrapa, a agricultura deverá ser impactada

Publicado: 14/01/2020 - Fonte: Assessoria de Imprensa do Crea-GO


Distribuição das ocorrências de temperaturas mínimas no Estado de Goiás (Foto: Divulgação Embrapa)


Pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) evidencia tendência de aumento da temperatura média do ar no Estado. O estudo “Tendência e projeção da temperatura do ar para o Estado de Goiás” se baseou na temperatura média diária de uma série histórica que abrangeu o período de 1980 a 2014 em cada uma das 75 estações climáticas espalhadas pelo Estado.

A partir dos dados coletados, foi aplicado o método de análise de regressão linear, que permite correlacionar variáveis. Esse método leva à formulação de uma expressão matemática, cujo cálculo possibilita a obtenção do coeficiente angular, um resultado que evidencia indiretamente tendências de alterações climáticas.

Das 75 estações climáticas que integraram a pesquisa, 57 apresentaram valores positivos para os coeficientes angulares. Isso significa que a temperatura média do ar em Goiás tende a crescer ao longo dos anos e que esse movimento deve ser mantido, tendo como base o período de 34 anos de dados avaliados pelo estudo.

A pesquisa realizada pela UFG e pela Embrapa considerou três agrupamentos de dados de temperatura média do ar para cada uma das 75 estações climáticas. Isso foi feito para melhor observar a tendência de mudança de temperatura geral ao longo de todos os meses do ano e diante de duas importantes épocas de cultivo no Estado de Goiás. A primeira, entre abril e setembro (Época da seca), período dos cultivos sob irrigação; e a segunda, de outubro a março, período das chuvas de primavera e do verão (Época das águas). 

Ao fragmentar os dados de temperatura média do ar pelas duas épocas de cultivo, o coeficiente angular aumentou para 68 das 75 estações consultadas, confirmando a tendência de aumento da temperatura média do ar e sinalizando para a possibilidade de um futuro que possa impactar culturas de relevância econômica para o Estado de Goiás, como algodão, cana, feijão, milho, soja, sorgo e tomate.

A temperatura do ar é um dos principais elementos climáticos condicionantes para a produção vegetal, pois influencia no metabolismo e no ciclo das plantas, no uso da água, e pode ocasionar danos à produção.

Um dos coordenadores do trabalho sobre a tendência de aumento da temperatura média do ar no Estado de Goiás, o pesquisador da Embrapa Alexandre Bryan Heinemann esclareceu que o resultado alcançado pelo estudo pode ser atribuído a vários fatores. “Há o efeito da urbanização, o aumento da emissão de gases de efeito estufa, as queimadas de matas e florestas e o desmatamento, além de causas naturais”, disse. Ele considera que a tendência de elevação da temperatura média do ar depende muito de como as pessoas irão atuar para mitigá-la ou, ao contrário, intensificá-la.

“A tendência de aumento da temperatura média do ar pode impactar a agricultura de diferentes maneiras. Uma elevação de 1ºC ou 2ºC poderá alterar o regime de precipitação, intensificando a ocorrência de secas em determinadas regiões e enchentes em outras. Isso dificultará a programação das safras e a previsibilidade dos cultivos. O aumento da temperatura também altera a distribuição de doenças e pragas nas regiões produtoras, aumentando riscos de perdas na produção”, comentou Heinemann.

Situação de estresse para as plantas

A temperatura do ar é resultado do efeito da radiação solar. Ela interfere na duração do ciclo da planta, afeta o florescimento e a fixação dos frutos. Temperaturas acima de níveis ótimos para as plantas afetam processos fisiológicos, que só ocorrem de forma adequada entre certos limites térmicos. As consequências de mudanças na temperatura do ar podem ser drásticas, alterando a adaptação e práticas de uso do solo, a incidência de insetos-pragas e de doenças; e, até mesmo, a distribuição geográfica das culturas, causando sérias limitações para a produção de alimentos. (Com informações da Assessoria de Comunicação da Embrapa Arroz e Feijão)