Colegas nos canteiros de obra se ajudam e levam boas práticas de prevenção para casa.
Publicado: 25/08/2020 - Fonte: Assessoria de Imprensa do Crea-GOHá 18 anos trabalhando na construção civil, o pedreiro azulejista Welen dos Santos Nascimento, de 38 anos, considerava o canteiro de obras um lugar também de socialização e ali já fez muitos amigos. Chegava cumprimentando todos ao estilo high five (toque de mãos), aproveitava o descanso para os jogos de dominó e baralho com os colegas. Com a pandemia, ele conta, as amizades continuam, mas o jeito de se relacionar mudou bastante. "Agora deixamos os jogos e os toques físicos de lado para não correr o risco de se contaminar", destaca o pedreiro.
A construção civil em Goiás adotou novos protocolos sanitários para evitar a disseminação da Covid-19 no estado. Mas, indo além da distribuição de pontos de higienização nas obras e rígido controle nas entradas dos canteiros, novos procedimentos também dependem da adesão dos trabalhadores do setor.
A técnica de segurança do trabalho da incorporadora, Danielle Alves, se surpreendeu com aceitação e o comprometimento dos colaboradores para seguir os protocolos. "Todos demonstraram compreender que estamos vivendo um momento complicado e passaram até mesmo a orientar uns aos outros para garantir a segurança de todos no canteiro de obras", explica a responsável por implementar as medidas de segurança dentro das obras da GPL Incorporadora.
As conversas e as brincadeiras entre grupos de colegas no horário do intervalo deram lugar ao distanciamento social e a adesão aos cuidados para proteger a saúde. Entre as principais ações para prevenção ao coronavírus dentro da obra da construtora estão a aferição de temperatura na entrada; colocação de pontos de higienização das mãos em todo o canteiro de obras; escalonamento de entrada e saída dos trabalhadores; marcação de distância de segurança no refeitório e distribuição de máscaras. Essas iniciativas compõem um conjunto de orientações elaboradas pelo Seconci Goiás (Serviço Social da Indústria da Construção do Estado de Goiás), por meio de um Plano de Contingência e um Plano de Ação, para garantir a segurança dos trabalhadores nos canteiros de obras.
A instituição com 29 anos de existência que trabalha em favor da saúde, segurança e assistência social gratuita aos trabalhadores do setor, mediante contribuição das empresas associadas, também criou o Guia para Trabalhador da Construção - Combate ao Coronavírus, Boletins Informativos Prevencionistas e Apresentação para Treinamento de Colaboradores, visando informar e capacitar os trabalhadores da construção sobre os cuidados necessários para o controle e prevenção da Covid-19 no seu cotidiano. Os profissionais compartilham o conhecimento com familiares, amigos e outras pessoas do seu convívio. Todos esses materiais elaborados pela entidade foram analisados e revisados pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, validando o conteúdo divulgado.
"Com todos os protocolos adotados pelas empresas formais no nosso Estado, o ambiente da obra fica mais seguro para os trabalhadores. Inclusive nossas orientações servem de estímulo e alerta para que todos cumpram as normas de proteção até em seu ambiente de convívio familiar", afirma o presidente do Seconci Goiás, Yuri Vaz de Paula.
Da obra para a vida
Os cuidados também foram tomados no canteiro de obras do Grupo Toctao. Segundo o encarregado de armação da construtora, Sérgio Inácio Pedreira, muita coisa mudou desde o início da pandemia. "O brasileiro sempre gostou do contato e isso não tem mais lugar entre nós. No máximo falamos um 'oi' de longe, tiramos nosso momento de descanso, mas sem ter a aglomeração que tínhamos todos os dias", destaca o encarregado de armação.
Os cuidados não ficam restritos apenas aos canteiros de obras. O encarregado de hidráulica da mesma construtora, Carlos Alberto Pereira, por exemplo, diz que sua rotina também foi bastante impactada dentro de casa. "Antes eu gostava de chegar e relaxar um pouco antes de tomar banho. Agora, mudou bastante. Já chego e tiro a roupa antes de entrar em casa para não ter o perigo de contaminar a minha família", afirma o colaborador que vive com três pessoas dentro de sua casa: a esposa e dois filhos.
"Não quero correr o risco de levar essa doença para casa. Por isso, me previno ao máximo no canteiro de obras e vou para o trabalho à pé ou de carro para evitar ao máximo o contato com outras pessoas", detalha Carlos Alberto. Na hora do almoço no trabalho, o momento de descontração com os demais colaboradores virou apenas um momento de descanso. "Ficamos um isolado do outro e, se vejo alguém fazendo algo fora do procedimento, já dou alguns conselhos para que a pessoa não seja exposta ao contágio e nem expor alguém da obra ao risco", completa.
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