O mundo celebra hoje, 08/03, o Dia Internacional da Mulher. A data foi oficializada na década de 1970, pela Organização das Nações Unidas (ONU). Um marco da luta das mulheres por melhores condições de trabalho e por igualdade salarial. Mais de cinquenta anos se passaram e hoje, apesar de contabilizar a maior parte da população brasileira a luta continua, não apenas contra a desigualdade salarial, mas também contra o machismo e a violência.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019 as mulheres somavam 52,2%, o que correspondem a (109,4 milhões) da população residente no Brasil. A sondagem foi realizada em parceria com o Ministério da Saúde para a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS).

Para a engenheira civil e coordenadora do Programa Mulher Crea-GO, Camilla Santos, o  8 de março é um dia de comemoração sim pela ascensão das mulheres na família e no trabalho, mas também de reflexão sobre o contexto em que as mulheres estão inseridas. “Precisamos mudar a realidade dos números de feminicídio e situações degradantes em que muitas mulheres vivem. E nos unir em um movimento contínuo, engajador e de oportunidades. Agora é tempo de ação!”, ressalta Camilla.

O Programa Mulher do Sistema Confea/Crea e Mútua foi criado em 2018,  comprometido com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 05 da Agenda 2030 da ONU, buscando estimular o protagonismo das mulheres na construção de uma sociedade e de um Sistema Confea/Crea cada dia mais justo, igualitário e democrático. “Uma pauta trabalhada diariamente no Programa Mulher é a equidade de gênero. Precisamos reafirmar a importância da mulher enquanto profissional e valorizá-la dentro e fora de casa”, afirma a coordenadora.

Para a colaboradora do departamento de Acervo Técnico do Crea-GO, Sirleny Aparecida da Costa, a mulher ainda enfrenta dificuldades no trabalho e na educação. “A mulher enfrenta jornada dupla e é duplamente desvalorizada, mas me sinto feliz por ser mulher. Temos o dom de gerar vida”.  

O Programa Mulher é um marco no processo de igualdade de gênero e incentivo à participação das mulheres engenheiras, agrônomas e da área das geociências. Atualmente, no Crea-GO existem 10.647 registros de engenheiras que atuam em todo o estado. Na sede do conselho as mulheres ocupam vários postos de lideranças nos departamentos internos. Para o presidente do Crea-GO, eng. civ., agric. e seg. trab. Lamartine Moreira a presença feminina é essencial na tomada de decisões. “O reconhecimento é o ponto de partida para mudar essa realidade que infelizmente ainda vivemos de desigualdade e violência contra a mulher. Trabalhamos diariamente para fortalecer a representatividade feminina no Crea-GO e na defesa da igualdade de gênero ”, pontua Lamartine.

Rosana Brandão é engenheira civil e gestora do Departamento Técnico do Crea-GO. Ela destaca que a figura feminina é muito forte na cultura brasileira, principalmente no que se refere à família como uma figura matriarcal e que nunca sofreu preconceito por ser mulher e que tem prazer em cuidar e zelar da família e da casa. “Eu nunca sofri nenhuma barreira no trabalho e nunca fui preterida por ser mulher. Não troco a minha casa e os cuidados que desempenho diariamente por nenhum outro”, ressalta com alegria.

A engenheira civil e ambiental, Viviane Vaz Monteiro, também ocupa cargo de liderança no Crea-GO. Ela é coordenadora de planejamento e qualidade e se considera uma mulher forte. “Eu me inspiro em mulheres da família como minha avó e a mãe que venceram na vida”. Para as mulheres que se acham fracas, a engenheira lembra a poetisa, Cora Coralina. “Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos”, recitou Viviane.

Durante todo o mês de março o Crea-GO fará homenagens às mulheres com posts nas redes sociais do Conselho, de depoimentos das colaboradoras e mulheres da sociedade. Acompanhe no Instagram (@creagoias) e no Facebook (@creagooias).

História do Dia Internacional da Mulher

A criação da data remete a décadas de luta e a uma sucessão de acontecimentos. Um dos marcos mais significativo foi um incêndio ocorrido em uma fábrica têxtil na cidade de Nova York, no dia 25 de março de 1911. O incêndio fez cerca de 150 vítimas, em sua grande maioria mulheres. O acidente teve como causas as instalações elétricas precárias e a grande quantidade de material têxtil que havia no local e serviu como combustível para o fogo. 

Na época, muitos patrões trancavam seus empregados dentro das fábricas para conter greves e levantes. Quando a fábrica têxtil pegou fogo, as portas estavam trancadas e as vítimas ficaram presas em meio ao fogo.

Outro momento que contribuiu para a criação da data foi a greve feita pelas mulheres russas que trabalhavam no ramo da tecelagem. No dia 8 de março de 1917, elas foram às ruas protestar contra a Primeira Guerra Mundial e o regime czarista. Além de conseguirem a abdicação do czar, as mulheres russas também conquistaram o direito ao voto após a manifestação.

 

Gracielly Oliveira

Equipe de Comunicação do Crea-GO