Programa Mulher defende a equidade de gênero e a representatividade das mulheres nas profissões
Publicado: 11/03/2022 - Fonte: Equipe de Comunicação do Crea-GOJá imaginou chegar para trabalhar e descobrir que no local não existe banheiro feminino? Esse foi um dos relatos de uma participante da primeira edição do “Fórum da Mulher Engenheira do Crea-GO”, realizado na noite dessa quinta-feira (11). O evento reuniu mulheres da engenharia, do poder público e da sociedade civil. O evento foi realizado pelo Programa Mulher do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás, com o patrocínio do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), para promover debates na busca pelo empoderamento feminino.
O Programa Mulher do Sistema Confea/Crea e Mútua foi criado em 2018, comprometido com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 05 da Agenda 2030 da ONU, buscando estimular o protagonismo das mulheres na construção de uma sociedade e de um Sistema Confea/Crea cada dia mais justo, igualitário e democrático.
Para a engenheira civil e coordenadora do Programa Mulher do Crea-GO, Camilla Santos, esta é a primeira de muitas edições do Fórum, um momento de comemoração e de reflexão sobre o papel que cada uma desempenha na sociedade. “Tenho muito orgulho de estar à frente do Programa Mulher do Crea-GO. Este é um momento oportuno para destacar o conceito de sororidade, que é a união e aliança entre as mulheres que tem objetivos comuns. Agora é tempo de ação!”, ressalta Camilla.
“Cases de engenheiras e empoderamento feminino” foi a temática da palestra ministrada pela engenheira civil e doutora em engenharia da produção, Maria Carolina Brandstetter, e pela arquiteta e doutora em meio ambiente e desenvolvimento, Karla Emmanuela Hora. Com mais de vinte anos de profissão, elas compartilharam experiências de vida que tocaram as participantes.
A Drª Maria Carolina é a primeira coordenadora da Escola de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal de Goiás, um dos cursos mais antigos do Estado. O curso foi reconhecido em 1958. Ela destaca que a representatividade de mulheres na área de exatas hoje, ainda é pequena e que trabalha diariamente o encorajamento das meninas nas salas de aula das engenharias. “Sempre gostei de matemática e isso, desde muito pequena causava espanto nas pessoas. Hoje, uso a minha história para incentivar as mulheres nas salas de aula a vencerem os medos e os preconceitos. Em uma sala de 45 alunos, apenas vinte e cinco por cento é de mulheres”, pontua Carolina.
A Drª. Karla Emmanuela é uma das organizadoras da revista ampliada, “Conversas entre Meninas e Engenheiras: semeando oportunidades para igualdade de gênero na ciência”, que conta a estória de uma menina que busca entender por que existem poucas mulheres engenheiras. É um material didático, com o objetivo de facilitar na escola, a discussão sobre acesso das meninas ao ensino superior na área de exatas. Ela destacou a importância de eventos como esse para incentivar a luta imposta às mulheres. “O dia da mulher é de reflexão e luta que nos foi entregue, e precisamos de apoio coletivo para vencer os desafios. O diálogo sobre os problemas é o caminho”, afirma a professora.
A juíza, integrante da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, Marianna de Queiroz, trouxe informações vividas por mulheres de todas as classes sociais e profissões. Segundo ela o Brasil vive uma epidemia de machismo e feminicídio que se agravou durante a pandemia. Uma mulher que desempenha a mesma função do homem pode receber até trinta por cento menos que um homem, além de outras formas de abusos aos direitos e violências. “As mulheres podem sofrer violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Fiquem atentas e denuncie!”, destacou a juíza.
A engenheira química e assessora da presidência do Confea, Simone Baía, participou do evento representando o presidente do Confea, engenheiro civil Joel Krüger. Na ocasião, Simone ressaltou a relevância de eventos como este no Sistema para a valorização da mulher nas engenharias, agronomia e geociências. Para ela ainda faltam políticas públicas de integração, respeito e igualde de gênero. “Comecei a minha vida na engenharia há vinte e três anos e me deparei com situações tristes. O meu número de sapato é trinta e quatro, não tinha bota que servia nos meus pés, apenas numeração trinta e cinco”, lembrou a engenheira. Mas enfatizou, “Quando uma mulher avança, nenhum homem regride”, falando sobre a força da mulher.
O presidente do Crea-GO, eng. civ, agric. e seg. trab. Lamartine Moreira, lembrou que ao longo da história a mulher sofreu exclusão nas funções gerenciais das organizações, e infelizmente a sociedade ainda tem resistência nesse reconhecimento, e pontuou que é preciso mudar. “Há necessidade de trabalhar a equidade de gênero, social e profissional. O Programa Mulher é um incentivo motivador para todas as profissionais do Sistema e fora dele. Lugar de mulher é onde ela quiser estar”, defendeu o presidente.
Gracielly Oliveira
Equipe de Comunicação Crea-GO
Fotos: Sílvio Simões
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